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Layla

 

Layla andava ansiosamente de um lado para o outro dentro de sua pequena casa.
Havia alguns dias que seu novo feitiço não fazia efeito.


Diferente de magos que ela havia conhecido por aí, ela não conjurava fogo, gelo ou raio pelas mãos. Ela usava da natureza para fazer pequenas poções, pergaminhos para seguir a risca suas receitas e runas para conseguir se guiar na Lua Cheia.


Sua expectativa naquela noite era finalmente conjurar algo, que saísse de suas mãos, que ela finalmente poderia ser reconhecida como conjuradora, pois, segundo as pessoas do vilarejo mais próximo, “só se é Bruxa quando se consegue conjurar no mínimo uma faísca de fogo”.


Então, ela se preparou por um tempo, leu milhares de livros e pergaminhos, esperou anoitecer e a floresta ficar em silêncio.
E alí, dentro de sua casa, Layla finalmente sentiu que naquele dia sua primeira conjuração ia sair de suas mãos.


Seus cabelos compridos, beijado pelo fogo, fora iluminado pela luz da Lua Cheia que reluzia em sua janela.


Mas não foi fácil. Ela precisou de recursos para conseguir aquela “faísca de fogo” que tanto falavam.


Então, ela se lembrou que nenhuma poção ou encatamento iria ajuda-la nesse caso.
Que conjurar algo era um talento, de domínio extraordinário, feito puramente com todo o coração.


Ela se sentou no chão, ao lado de suas abóboras, e desatou a chorar.


Como iria conjurar algo, se não havia o talento em suas mãos?
Como iria ser considerada uma verdadeira bruxa sem ao menos conseguir conjurar uma mariposa, ou algo semelhante?


Então, no instante seguinte, Layla sentiu a palma da sua mão ficar quente, como nunca havia ficado antes. Sentiu uma força muito grande emanar de seus dedos, e a energia que saia de lá era tão imensa, que Layla sentiu sua mão formigar.


Se levantou, e aos poucos, um orbe de luz estava se formando em sua palma.


Dois, três, quatro orbes. Logo, o pequeno saguão de sua casa estava forrado de orbes, brilhantes e dourados, de todos os tamanhos.


Layla, a partir de agora, já poderia se considerar uma bruxa conjuradora.


Ela tinha talento.

E ela não via a hora de contar a novidade para qualquer um que duvidasse de seu desempenho e esforço.